Como destaca o sacerdote Jose Eduardo Oliveira e Silva, o altar é o coração visível da igreja, lugar onde Cristo reúne o seu povo para o memorial da Páscoa. Aqui a memória e presença se encontram, e a oferta do Senhor se renova de modo incruento para nossa salvação. Se o seu propósito é compreender, celebrar e comunicar o simbolismo do altar com reverência e clareza, continue a leitura. Descubra fundamentos, gestos e práticas que elevam a participação e convertem a arquitetura em catequese viva.
O que é o altar na teologia católica e por que ele é central?
O altar é sinal de Cristo, sacerdote e vítima, além de mesa do sacrifício e do banquete. De acordo com o teólogo Jose Eduardo Oliveira e Silva, sua centralidade não é estético-funcional, mas sacramental. Nele convergem Palavra e Eucaristia, de modo que a assembleia reconhece no centro do templo o centro do mistério.

A dedicação do altar, com a unção do crisma, a incensação e a iluminação, manifesta que ali se encontra o lugar santo do novo culto. Assim sendo, cada comunidade é chamada a dispor o espaço celebrativo de forma coerente, para que nada distraia da presença do Senhor.
Mesa e sacrifício: Duas dimensões inseparáveis do mesmo mistério
A Eucaristia é sacrifício e ceia. Do ponto de vista do filósofo Jose Eduardo Oliveira e Silva, separar essas dimensões gera reducionismos: ou se cai na pura refeição simbólica, ou no ritualismo sem participação. A mesa anuncia hospitalidade divina, enquanto o sacrifício revela o amor que se entrega por nós.
À medida que a comunidade contempla o altar, aprende a viver caridade operosa. Em vista disso, gestos de reconciliação, partilha e serviço aos pobres se tornam prolongamento natural da comunhão recebida. Desse modo, o que se celebra diante do altar transforma o que se vive fora dele.
Pedra, relíquias e toalhas: Catequese silenciosa dos materiais
Segundo o Pe. Jose Eduardo Oliveira e Silva, a tradição recomenda o altar de pedra, evocando Cristo rocha e o túmulo vazio do qual irrompe a vida. Além do mais, a inserção de relíquias recorda o sangue dos mártires, unidos ao sacrifício do Cordeiro. Outrossim, as toalhas brancas significam pureza e festa, enquanto o corporal delimita o espaço da presença eucarística.
Materiais não são neutros. Eles falam, educam e elevam. Por isso, convém escolher com sobriedade tudo o que toca o altar, evitando excessos decorativos que confundam a assembleia e desviem a atenção do essencial.
Gestos ao redor do altar: Linguagem que forma o coração
Cada gesto comunica. A reverência profunda, o beijo do altar, a incensação, o uso do cálice e da patena e a correta disposição do missal catequizam silenciosamente. Em consequência, servidores e ministros são chamados a aprender não apenas o que fazer, mas o porquê de cada gesto.
Além disso, convém favorecer a visibilidade do altar sem transformá-lo em palco. Assim sendo, a iluminação deve ser acolhedora, a circulação, discreta, e os músicos, posicionados de maneira que sustentem a oração sem ocupar o foco do mistério.
Arquitetura e pastoral: Como dispor o espaço para a participação?
Em termos pastorais, a posição do altar requer harmonia com ambos, sede do celebrante e assembleia. Consoante o teólogo Jose Eduardo Oliveira e Silva, a relação entre mesa da Palavra e mesa do Sacrifício precisa ser clara, para que o povo entenda que o mesmo Cristo fala e se dá. O espaço ao redor do altar deve permitir processões dignas, sem obstáculos, respeitando o silêncio sagrado.
A catequese paroquial pode incluir visitas guiadas à igreja, explicando o porquê de cada elemento. Assim, crianças, jovens e adultos passam a perceber que a arquitetura inteira é catequese, e que o altar resume e orienta tudo.
Altar que educa para a vida em Cristo!
O simbolismo do altar manifesta a beleza do Deus que se entrega e nos alimenta. Mesa e sacrifício se unem para fazer da Igreja uma família reconciliada. Dessa forma, cada celebração educa para a caridade quotidiana, e cada gesto ao redor do altar nos ensina a viver como oferta. Quando o altar é compreendido, a comunidade aprende a falar menos de si e mais do Senhor, e a liturgia se torna fonte perene de santidade, comunhão e missão.
Autor : Dmitry Mikhailov

