De acordo com Ricardo Chimirri Candia, a aplicação da ergonomia no serviço público tem se mostrado uma estratégia eficaz para prevenir doenças ocupacionais e aumentar o desempenho das equipes técnicas, especialmente nas áreas de engenharia e infraestrutura. Por isso, adaptar os ambientes de trabalho às características físicas e cognitivas dos servidores é uma medida de saúde, produtividade e valorização do capital humano.
Neste artigo, abordamos as bases da ergonomia aplicada à engenharia pública, os principais desafios de sua implantação e as soluções práticas para transformar a realidade dos servidores.
Fundamentos da ergonomia aplicada à engenharia no setor público
A ergonomia é uma ciência multidisciplinar que visa adaptar o trabalho ao ser humano, e não o contrário. No serviço público, sua aplicação em setores de engenharia deve considerar desde a postura dos profissionais em estações administrativas até os esforços físicos realizados em campo. A análise ergonômica do trabalho (AET), prevista pela NR-17, permite identificar riscos biomecânicos, posturais e mentais que podem causar lesões por esforço repetitivo, doenças osteomusculares ou estresse ocupacional.

Ao aplicar essas diretrizes, o engenheiro responsável pela segurança do trabalho atua de forma preventiva, propondo intervenções como mobiliário ajustável, pausas programadas, iluminação adequada e organização de fluxos operacionais. Como destaca Ricardo Chimirri Candia, a adoção de critérios ergonômicos nos projetos e adaptações dos ambientes públicos reflete um compromisso com a saúde ocupacional e a eficiência dos serviços. Além disso, valoriza os servidores e fortalece o desempenho coletivo das equipes de engenharia.
Desafios para a implementação da ergonomia no serviço público
Apesar da importância do tema, muitos órgãos públicos ainda enfrentam barreiras para implementar programas ergonômicos de forma estruturada. A primeira delas é a falta de diagnóstico técnico adequado, seja por ausência de profissionais capacitados, seja por desconhecimento da legislação vigente. Isso leva à improvisação de soluções que, em vez de prevenir, acabam perpetuando posturas inadequadas e condições insalubres de trabalho.
Outro fator limitante é a resistência institucional à destinação de recursos para adaptações físicas e treinamentos. Em geral, investimentos em ergonomia são erroneamente vistos como custos adicionais, e não como medidas de economia a médio e longo prazo. Segundo Ricardo Chimirri Candia, a conscientização da alta gestão sobre os impactos positivos da ergonomia é o primeiro passo para quebrar esse ciclo. Demonstrar a redução de licenças médicas, afastamentos e indenizações trabalhistas pode ser um argumento decisivo.
Soluções práticas e estratégias ergonômicas para ambientes públicos
Para superar esses desafios, é essencial estruturar um plano de ergonomia contínuo, com etapas claras e acompanhamento técnico especializado. O primeiro passo é a realização de avaliações ergonômicas individualizadas ou por setor, com a coleta de dados físicos, biomecânicos e organizacionais. A partir desse levantamento, definem-se as intervenções prioritárias, como reconfiguração de postos de trabalho, aquisição de equipamentos ergonômicos e capacitação dos servidores para uso adequado das ferramentas disponíveis.
Nesse sentido, outra medida eficiente é a integração da ergonomia ao planejamento das obras públicas desde sua fase de projeto. A engenharia pode atuar preventivamente ao considerar a movimentação dos trabalhadores, o acesso a materiais, a organização de espaços e a disposição dos equipamentos. Como indica Ricardo Chimirri Candia, pensar na ergonomia como parte da concepção técnica de prédios públicos e instalações operacionais evita retrabalhos e promove ambientes mais seguros desde o início da operação.
Ergonomia como investimento estratégico no setor público
Em conclusão, a ergonomia no serviço público não é um luxo, mas uma necessidade estratégica para preservar a saúde do trabalhador e qualificar os serviços prestados à sociedade. O cuidado com o servidor é também um cuidado com o cidadão, que depende de serviços eficientes e continuados. Para o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, a implementação de programas ergonômicos bem planejados resulta em equipes mais motivadas, ambientes mais seguros e obras públicas mais bem executadas.
Autor: Dmitry Mikhailov